segunda-feira, 29 de novembro de 2010

De volta a Tupiniquim Land!

Pessoas eu cheguei! Cheia de amor para dar e de saudades de Madrid!


Madrid é repleta de história, cultura, arte e muito verde por toda a cidade! E as pessoas! Ah, não sei se foi apenas uma questão de sorte, mas eu só conheci pessoas encantadoras, alegres, divertidas, bem humoradas, bonitas, inteligentes e que sabem bem como aproveitar a vida!

Pessoas muito profissionais também, visto que 99,9% das pessoas que conheci são da empresa para a qual trabalho atualmente!

E, atendendo aos milhares de pedido do Javi (Javier), não posso deixar de falar também dos homens que conheci por lá. Só não entendi porque ele usou o termo no plural. Causa a impressão de que conheci homens, muitos, com aquela segunda intenção, sabem? O que não foi o caso. Bem, não com este “plural” todo! Hehe

Umas figuras: Javi, que eu imediatamente identifiquei como sendo o Coração Peludo da empresa (afinal, só um coração peludo reconhece de imediato outro de sua espécie), Pedro, Rafa, Dami, Antonio, Luis, Quinzinho, Guidinho, Benigno.... todos uns figuras! Extremamente agradáveis, divertidos, animados, cavalheiros, enfim...

E as meninas! Umas fofas! Lóooogico que tenho que mencioná-las: Isa, Cecile e Flori! E as agregadas: Dani, Glória, Aurora y Laura! As duas últimas os bebezinhos mais fofos do mundo!

Todos me trataram muito bem e cuidaram muito de mim! Diverti-me muito e aprendi muito com eles! Com alguns, só besteira, claro! Kkkk Mas, tá valendo!

Recomendo a todos que tiverem a oportunidade de conhecer Madrid que não deixam de fazê-lo! A cidade é apaixonante! Também conheci Segóvia, igualmente linda!

Beijos e boa semana para todos nós!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Mais um texto da série: "Não dava para não postar!"

“Amiga:
 Conforme minha promessa, estou enviando um e-mail contando as novidades da minha primeira semana depois de ser transferida pela firma para o Rio de Janeiro. 
Terminei hoje de arrumar as coisas no meu novo apartamento. 
Ficou uma gracinha, mas estou exausta. São dez da noite e já estou pregada. 

Segunda-Feira: Cheguei à firma e já adorei. Entrei no elevador quase no mesmo instante que o homem mais lindo desse planeta. 
Ele é loiro, tem olhos verdes e o corpo musculoso parece querer arrebentar o terno.
Lindooooo! Estou apaixonada. 
Olhei disfarçadamente a hora no meu relógio de pulso e fiz uma promessa de estar parada defronte ao elevador todos os dias a essa mesma hora. Ele desceu no andar da engenharia. Conheci o pessoal do setor, todos foram atenciosos comigo.
Até o meu chefe foi super delicado. Estou maravilhada com essa cidade.
Cheguei a casa e comi comida enlatada. Amanhã vou a um mercado comprar alguma coisa.

Terça-Feira: Amiga! Precisava contar. Sabe aquele homem de quem falei?
Ele olhou para mim e sorriu quando entramos no elevador. Fiquei sem ação e baixei a cabeça. Como sou burra! Passei o dia no trabalho pensando que preciso fazer um regime. Olhei-me no espelho hoje de manhã e estou com uma barriguinha indiscreta. Fui ao mercado e só comprei coisinhas leves: biscoitos, legumes e chás. Resolvido! Estou de dieta. 

Quarta-Feira: Acordei com dor de cabeça. Acho que foi a folha de alface ou o biscoito do jantar. Preciso manter-me firme na dieta. 
Quero emagrecer dois quilos até o fim-de-semana. Ah! O nome dele é Marcelo. Ouvi um amigo dele falando com ele no elevador. 
E ainda tem mais: ele desmanchou o noivado há dois meses e está sozinho. Consegui
sorrir para ele quando entrou no elevador e me cumprimentou.
Estou progredindo, né? Como faço para me insinuar sem parecer vulgar?
Comprei um vestido dois números menores que o meu. Será a minha meta. 

Quinta-Feira: O Marcelo me cumprimentou ao entrar no elevador. Seu sorriso iluminou tudo! Ele me perguntou se eu era a arquiteta que viera transferida de Brasília e eu só fiz: 'U-hum'... 
Ele me perguntou se eu estava gostando do Rio e eu disse: 'U-hum'. Aí ele perguntou se eu já havia estado antes aqui e eu disse: 'U-hum'. Então ele perguntou se eu só sabia falar 'U-hum' e eu respondi: 'Ã-hã'. 
Será que fui muito evasiva? Será que eu deveria ter falado um pouco mais?
Ai, amiga! Estou tão apaixonada! Estou resolvida!Amanhã vou perguntar 
se ele não gostaria de me mostrar o Rio de Janeiro no final de semana. 
Quanto ao resto, bem...ando com muita enxaqueca. Acho que vou quebrar meu regime hoje. Estou fazendo uma sopa de legumes. Espero que não me engorde demais. 

Sexta-Feira: Amiga! Estou arruinada! Ontem à noite não resisti e me empanturrei. Coloquei bastante batata-doce na sopa, além de couve, repolho e beterraba. 
Menina, saí de casa que parecia um caminhão de lixo. 
Como eu peidava! (nossa! Você não imagina a minha vergonha de contar isto, mas se eu não desabafar, vou me jogar pela janela!). 
No metrô, durante o trajeto para o trabalho, bastava um solavanco para eu soltar um futum que nem eu mesma suportava. 
Teve um momento em que alguém dentro do trem gritou: 'Aí! Peidar até pode, mas jogar merda em pó dentro do vagão é muita sacanagem!' Uma senhora gorda foi responsabilizada. Todo mundo olhava para ela, coitadinha. 
Ela ficou vermelha, ficou amarela, e eu aproveitava cada mudança de cor para soltar outro. O meu maior medo era prender e sair um barulhento. 
Eu estava morta de vergonha. Desci na estação e parei atrás de uma moça com um bebê no colo, enquanto aguardava minha vez de sair pela roleta. 
Aproveitei e soltei mais um. O senhor que estava na frente da mulher com o bebê virou-se para ela e disse: 'Dona! É melhor a senhora jogar esse bebê fora porque ele está estragado!'.
Na entrada do prédio onde trabalho tem uma senhora que vende bolinhos, café, queijo, essas coisas de camelô. Pois eu ia passando e um freguês começou a cheirar um pastel, justo na hora em que o futum se  espalhou. 
O sujeito jogou o pastel no lixo e reclamou: 'Pó, dona Maria! Esse pastel tá bichado!' 
Entrei no prédio, resolvida a subir os dezesseis degraus pela escada.
Meu azar foi que o Marcelo ficou segurando a porta, esperando que eu entrasse. Como não me decidia, ele me puxou pelo braço e apertou o botão do meu andar. Já no terceiro andar ficamos sozinhos. 
Cheguei a me sentir aliviada, pois assim a viagem terminaria mais rápido. Pensei rápido demais. O elevador deu um solavanco e as luzes se apagaram.
Quase instantaneamente a iluminação de emergência acendeu. Marcelo sorriu (ai, aquele sorriso...) e disse que era a bruxa da sexta-feira. 
Era assim mesmo, logo a luz voltaria, não precisava se preocupar. Mal sabia ele que eu estava mesmo preocupada. 
Amiga, juro que tentei prender. 
Mas antes que saísse com estrondo, deixei escapar.
Abaixei e fiquei respirando rápido, tentando aspirar ao máximo possível, como se estivesse me sentindo mal, com falta de ar. 
Já se imaginou numa situação dessas? Peidar e ficar tentando aspirar seu peido para que o homem mais lindo do mundo não perceba que você peidou?
Ele ficou muito preocupado comigo e, se percebeu o mau cheiro, não o demonstrou. Quando achei que a catinga havia passado, voltei a respirar normal.
Disse para ele que eu era claustrofóbica. Mal ele me ajudou a levantar, eu não consegui prender o segundo, que saiu ainda pior que o anterior.
O coitado dessa vez ficou meio azulado, mas ainda não disse nada.
Abaixei novamente e fiquei respirando rápido de novo, como uma mulher em estado de parto.
Dessa vez Marcelo ficou afastado, no canto mais distante de mim no elevador.
Na ânsia de disfarçar, fiquei olhando para a sola dos meus sapatos, como se estivesse buscando a origem daquele fedor horroroso. 
Ele ficou lá, no canto, impávido. Nem bem o cheiro se esvaiu e veio outro.
Ele se desesperou e começou a apertar a campainha de emergência.
Coitado! Ele esmurrou a porta, gritou, esperneou, e eu lá, na respiração cachorrinho.
Quando a catinga dissipou, ele se acalmou. 
As lágrimas começaram a escorrer pelos meus olhos.
Ele me viu chorando, enxugou meus olhos e disse:
 'Meus olhos também estão ardendo... '
Eu juro que pensei que ele fosse dizer algo bonito.
Aquilo me magoou profundamente.
Pensei: 'Ah, é, FDP? Então acabou a respiração cachorrinho... '
Depois disso, no primeiro ele cobriu o rosto com o paletó.
No segundo, enrolou a cabeça.
No terceiro, prendeu a respiração, no quarto, ele ficou roxo.
No quinto, me sacudiu pelos braços e berrou:
 'Mulher! Pára de se cagar!'.
Depois disso ele só chorava. 
Chorou como um bebê até sermos resgatados, quatro horas depois. 

Entrei no escritório e pedi minha transferência para outro lugar, de preferência outro País. 
Apague este e-mail depois de ler, tá? 
Sua amiga, Ana. “

P.S.: A autoria do relato acima é desconhecida, embora esteja assinada por Ana! Querida, se você ler e identificar esta saia justa como sendo sua, por favor, manifeste-se!! Seremos solidárias com você!!! Não a deixaremos só! Bem.... eu no elevador com você não entro!!!!! kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Viaje para a Espanha de Urubu AirLines!!


E aí estou no aeroporto internacional de Guarulhos, feliz da vida porque vou realizar mais um sonho: conhecer (mesmo que só uma pequena parte) da Espanha! Que sorte! Que alegria!

Mas, claro, nem tudo são flores na vida da plebéia que vos fala. Não. Afinal, não se pode ter tudo. A felicidade nunca é completa. E por aí vai.

A viagem já começa a pegar quando decido preparar minha mala. Em São Paulo temos temperatura na casa dos 30C. Estou indo para um país onde a temperatura mais alta gira em torno dos 13C. Difícil pensar em roupa de inverno quando o suor te escorre corpo abaixo. Foi no inferno, abraça o capeta: sai preguiça que preciso começar a jogar roupa na mala.

Acontece que o infeliz do vizinho que, depois de dar com os dois pés no traseiro da esposa com quem vivia há 10 anos, resolve reformar a $%¨#@&* do apartamento. Abre parênteses: por que será que o infeliz esperou para se livrar da mulher para reformar o apartamento e deixar seu lar doce lar mais confortável? É retórica. Voltemos ao que, teoricamente, interessa. Como é que uma pessoa, suando até a língua, pode se concentrar para fazer uma mala com roupas e acessórios de inverno, quando no apartamento ao lado as pancadas, as batidas, pauladas, e o %$#¨& a quatro te ensurdecem? Eu não. Bem, depois de muito me esforçar, o jeito é maldizer o vizinho e toda sua árvore genealógica e sair para dar uma volta. Depois eu preparo a bendita mala. Quando o maldito vizinho e seus demolidores resolverem que é hora de descansar.

Pois bem. Passado o estresse, malas prontas, é hora de ir para o aeroporto. Agora já estou mais calma. É só embarcar, tirar as lentes de contatos e colocar meus óculos, tomar umas boas taças de vinho, tomar um Naldecon Noite, capotar e acordar em Madrid. Sem crise.

E vamos ao “grande” banheiro realizar o ritual: PQP a minha sogra! Esqueci a droga dos óculos e o recipiente de colocar as lentes! E o pior: já virei o vinho e o Naldecon pra dentro. Ou seja, vou cair de sono sem poder dormir, visto que não posso dormir com as lentes. Ferrou! Bom, vamos ver quais filmes irão exibir durante o vôo. Também tenho meu livro, tem música, então é só me entreter que estas 10hs passarão rápido. Nem vou notar.

Ahhhhhh tá (como diria minha mãe)! Esqueci que ao meu lado estão pai, mãe e um ser completamente descontrolado, de aproximadamente uns 5 anos de idade. Vejam que uma criança (não sei se lhe posso chamar assim) de 5 anos já pode se comportar um pouco em determinadas situações. Acontece que o peste não tinha a menor idéia do que significava bom comportamento ou qualquer coisa do gênero. Ah, não era brasileiro, tão pouco espanhol. Tinha uma carinha cucaracha, mas não era espanhol. Bem, começa o pequeno delinqüente a pedir isto, querer aquilo, este programa, aquele programa. Coisas que, provavelmente, quando disponíveis na casa dele, não deve dar a menor bola. FDP Jr. Ok. Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás. Dou umas olhadinhas, sorrio (amárelo), e tal. Mas, claro, P da vida. O projeto de gente se move mais que pipoca em micareta! Valha-me, Nossa Senhora dos Aviadores! É hoje!

Lá vem a comida. Impressionante a fome do garoto! Pensei: “bom, ao menos o menor come bem. Não dá trabalho neste sentido.” Só que comia demais. O dele, o que sobrava da mãe, do pai.. Quase ofereci o meu para tapar o buraco de Cajamar que devia estar naquele estômago. Terminam o serviço. Recolhem as bandejas. Apagam-se as luzes. Altitude suficiente. Hora de dormir. Ou simplesmente descansar a cabeça, no meu caso. Doce engano!

Doce e fétido! O menino começa a soltar umas bombas tão mal cheirosas, do tipo que nem adulto produz! A mãe começa a ficar desconcertada. O pestinha, claro, nem aí para o preço do quibe. Achava era graça. E eu mudando de cor. Estômago revirando. Olhando a mãe e a pobre estava amarela. O pai, FDP Master, dormia. (Que ódio!). As comissárias passavam como se quisessem detectar de onde vinha tremenda fedentina. Mas é claro que ninguém se atrevia.

Eu me sentia cada vez mais asfixiada. Chega um momento em que penso em abordar a comissária:

“Querida, o que servem no cardápio infantil? Hambúrguer de carniça? Nuggets de urubu?”

Ou seria melhor avisar a mãe da criatura:

“Minha senhora, te venderam mercadoria vencida! Joga este menino fora que ele está podre! Nem limão vai dar jeito!”

E assim, depois de muito revirar o estômago e o corpo naquele assento de classe econômica, chego finalmente a Madrid, pálida e com olheiras que chegavam aos pés.

Joder! Niño hijo de puta madre!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Notícias desde España

Palácio das Comunicações



Olá meu povo!! Só um oizinho para dizer-lhes que estou me divertindo muito! Obrigada pela preocupação! hehe Tá aí uma coisa que tento seguir a risca: me divertir!

Ainda mais quando encontro uma gente tão alegre, tão festeira, tão engraçada, tão bacana como são as pessoas que, graças a Deus, tenho tido a sorte de encontrar por aqui!

Quando eu voltar teremos posts com os micos de Dedé na Espanha! kkk Sim, já tenho alguns para contar! Peluuuuuuuuuuuudos!!!

Bom, agora vou nessa porque a noite é uma criança!

Beijosssssssssssssssss


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Coração Peludo vai cantar em outra freguesia!


Não, nada de me aventurar na carreira de cantora que eu não sou nem louca! Ao menos não a este ponto! Só utilizei a expressão para dizer que o Coração Peludo aqui vai cantar em freguesias européias! Lá vou eu, em algumas horas, embarcar para Madrid, Espanha!

Mas não se preocupem porque o post da semana vai sair sim! Talvez eu já tenha o tema, talvez será alguma aventura peluda em "mares nunca dantes navegados"! Veremos! Espero ter muita aventura "peluda", no bom sentido, para contar para vocês!

Deixo-lhes uma ameaça: EU VOLTAREI!!!

Hasta la vista, baby!

domingo, 7 de novembro de 2010

“Los Caballeros Las Prefieren Brutas”


Os homens as preferem burras (as mulheres). Nome de uma séria da Sony.

Para aqueles que nunca ouviram nada a respeito, a história é inspirada no livro homônimo da escritora colombiana Isabella Santo Domingo e fala sobre Cristina, uma bem-sucedida mulher latina que, apesar de sua independência e sucesso econômico, não consegue encontrar o homem ideal para compartilhar sua vida. 
Em pleno século 21 ainda existem homens que se sentem amedrontados por mulheres independentes. Se ela possuir certo grau de inteligência, formação e cultura começa complicar o diálogo. Se falar outros idiomas, já está querendo aparecer. Se ela viajou para fora do país, é um soco no estômago dele. Se for independente financeiramente, ferrou! Ganhar mais que ele já é demais! Se morar sozinha então, nossa! A primeira coisa que vai acontecer é ele receber um belo par de chifres na testa! Lógico, esta conclusão ele chegou com base eu seu próprio comportamento!

Vejo-me obrigada a concordar! Então, os criadores da série têm toda razão: tem que ser bonitinha, bem cuidadinha, cheirosinha, e BURRA! Lo siento! Sua mãe mandou você estudar, tenho certeza. A minha mandou e eu obedeci. E olha que ainda hoje os melhores cargos, salários e oportunidades de crescimento profissional, na maioria das vezes, são dados a eles. A mulherada tem que ralar para chegar aonde chega! Mérito nosso que ninguém vai tirar! É claro que somos infinitamente superiores, e isso não se discute. Afinal, quem é que engravida? Quem é que agüenta depilação com cera quente? Só isso é o suficiente, não preciso nem falar mais nada!

Desde os primórdios o homem sai para caçar e alimentar sua família e até hoje quer continuar sendo o provedor, o dono da casa, aquele que manda, e que domina a relação. A idéia de qualquer vestígio de superioridade no sexo oposto deixa o homem apavorado. Aí, mesmo que o homem goste e que, no fundo, queira ficar com a mulher, ele jamais terá a coragem de aparecer com ela. Imagina o que os amigos vão dizer? A mãe? Aliás, a mãe contribui muito para que este homem de Neandertal não seja extinto. Ele não pode se mostrar fraco para a sociedade. Imagina! Não dá conta!

Qual a solução que vejo: fingir. De frágil, de carente, dependente, boazinha, “nhenhenhem” (como disse meu amigo). Pede para trocar a lâmpada, para abrir o vidro de azeitonas, para abrir a garrafa de vinho, mudar o móvel de lugar, levar o carro ao mecânico, levar às compras, pagar as compras, carregar as sacolas, levar para o trabalho, buscar no trabalho, levar ao cabeleireiro, buscar no cabeleireiro. Fingir que não vê e que não sabe e que não entende. Faz cara de samambaia de plástico e pede: “ai amor, me explica?” E depois responde: “ai amor, se não fosse você..!” Aí é só abraçar carinhosamente, e como ele não estará vendo seu rosto mesmo, faz cara de vômito pendurada no ombro dele!

E quando ele virar as costas, comadre, veste aquele modelito “dressed to kill”, sobe no salto 15, abusa da mascara, blush, batom, gloss, coloca o perfume que é sua marca registrada, pega a chave do veículo e vai á luta!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Desconstruindo o feminino?


Na sexta fui visitar uma amiga e conheci um amigo dela. Duas mulheres e um homem degustando vinho e falando sobre desencontros amorosos, traições, etc. É muito bom escutar a opinião masculina sobre esses temas, vez ou outra. Saber qual é a visão deles sobre atitudes, comportamentos, reações, falta de reações, e tudo mais que permeia o terreno do relacionamento amoroso entre duas pessoas de sexos opostos. Sem ofensas, mas na atual conjuntura, o melhor é dar nome aos bois.

O novo amigo contou que certa vez estava buscando algo para assistir na TV, quando se deparou com uma mulher que apresentava um corte de cabelo tipo “Joãozinho”, sabe? Muito curto mesmo. Até aí nada demais. Se o hair-stylist & visagista dela concordou que o corte estava adequado ao formato do rosto, ao estilo, à personalidade, problema nenhum.

Na verdade, o problema começou quando alguém perguntou a ela por que havia cortado o cabelo tão curto. Resposta obtida: “estou desconstruindo o feminino”. Oi?

Espera aí! Sou a favor dos direitos iguais, da equiparação salarial, concordo que muita coisa que antigamente era tida como tarefa masculina hoje em dia a gente até faz, se quiser, ou se não tiver um bofe que o faça! Concordo que a mulherada se modernizou, estudou, votou, trabalhou, queimou sutiã na praça (affiiii), foi à Lua, foi à luta, e hoje pinta e borda, não literalmente, mas no sentido figurado! Agora, desconstruir o feminino? E aí? Fica como? A mulherada que se preza gasta os tubos construindo o feminino: cabelo, pele, unhas, vestuário, silicone (não é meu caso), botox (ainda não), plástica, lipoaspiração, drenagem, massagem, e mais uma infinidade de coisas, e veja que, ainda assim, não está nada fácil! Imagina então se começarmos a “desconstruir o feminino”? Seja lá o que for que a colega quis dizer com isso, se perdermos a feminilidade, a sensualidade, o charme? Adotar o mesmo comportamento que eles? Igualdade geral? Aí é que os papéis vão se inverter de vez!

O problema, de fato, vai muito além de nos tornarmos figuras masculinizadas. Adotar o mesmo comportamento, em muitas situações, seria auto-engano puro. Falar da boca pra fora que vai virar “pegadora”, que só vai “ficar”, que vai usar e jogar fora? Não somos iguais a eles e é aí que mora todo o mistério, o encanto. Ser paquerada, ser conquistada, se deixar descobrir pelo outro, encantar-se pelo outro, é bom, não é? Segundo o amigo, e eu concordo com ele, a mulher precisa aprender a ser valorizar mais, se amar mais, se respeitar mais, e jamais baixar a cabeça para o homem. Porém, sem deixar de ser acolhedora, amante, amiga. Tudo que o homem não é e precisa aprender, e que talvez seja papel da mulher ensinar.

Não. Nada de desconstruir o feminino. Nada de coçar as partes íntimas e cuspir no chão. Eu hein! Sou mulher, feminina, vou continuar sendo, e muito bem obrigada! Só que a partir de agora mudando a ordem da lista: primeiro eu, em segundo eu, em terceiro eu, e depois ....depois eu penso!